top of page

Os Três Pilares da Gestão

DEMOCRACIA

O Programa de Expansão das Universidades Públicas brasileiras foi positivo, pois levou o Ensino Superior para regiões distantes dos grandes centros e deprimidas economicamente. Mas não deve parar por aí. A UNIPAMPA, por suas características próprias, não pode reproduzir a fórmula utilizada pelas Universidades tradicionais, que não mais funciona.

A democratização da UNIPAMPA é uma condição direta e necessária para que se possa inovar e produzir conhecimentos mais sintonizados com a sociedade. Parafraseando Renato Janine Ribeiro, é aprender com o desastre (2003, p. 19). “Se realmente formos apostar na inovação, precisamos, antes de mais nada, formar gente que tenha a capacidade de inovar” (RIBEIRO, 2003, p. 19). É preciso mudar a concepção corrente de divisão dentro da comunidade acadêmica – e da comunidade acadêmica em relação à comunidade local – via de regra de forma assistencialista ou mercadológica, sem que haja um intercâmbio de saberes e práticas.

Tal reforma democrática diz respeito àqueles que estão fora da UNIPAMPA, aos que nela não puderam ingressar. Falta, efetivamente, que se coloque a Universidade no âmbito da sociedade brasileira de forma ampla, e não parcial, albergado pela mera inserção regional. A missão é não deixar a UNIPAMPA tornar-se “o cartório para o reconhecimento das funções proveitosas aos interesses da classe dominante” (PINTO, 1982, p. 28).

Para tanto, há propostas imediatas e não setorizadas que devem ser colocadas em prática para o fim do encastelamento da Universidade Pública, tornando-a um profícuo espaço público.

AUTONOMIA

As novas Universidades, criadas pelo programa de expansão do governo federal, estão, paulatinamente, sendo aviltadas e tornadas periféricas. Isto só é possível porque a UNIPAMPA tornou-se fiadora das políticas do Ministério da Educação (MEC). Não é possível ser súdito de dois reis! A Gestão deve estar comprometida com os interesses da comunidade acadêmica e não do poder (MEC, mercado e grandes forças econômicas). A Universidade é e deve continuar sendo do povo! (RAMPINELLI, 2011, p. 51). Para isso, precisa redimensionar a sua forma de atuar junto à Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), assegurar e fazer valer a sua autonomia constitucional junto ao MEC, estabelecer diálogos com entidades representativas de docentes, discentes e técnicos administrativos, ampliar efetivamente a autonomia dos campi e dialogar, permanentemente, com o poder local. Nesse sentido, devemos lutar contra a Matriz ANDIFES que, paulatinamente, diminui os recursos para a UNIPAMPA, criando uma lógica perversa de precarização das Federais. A autonomia das Federais deve ser no sentido mais amplo, preconizado pelo art. 207 da Constituição Federal de 1988.

EMPODERAMENTO

É possível caminhar para a utopia possível de um processo sustentável de empoderamento da sociedade, conjuntamente com a Universidade, com ganhos quantitativos e qualitativos. Neste sentido, ocorre um comprometimento de uma via alternativa de construção de um projeto crítico e transformador capaz de estabelecer elos que superem o apelo apenas quantitativo das diretrizes fixadas pelos órgãos governamentais de fomento. Este novo projeto universitário se volta à produção de saberes, qualificando constantemente docentes, discentes e técnicos administrativos por meio do estímulo a parcerias para inovação com órgãos públicos, além da incorporação dos saberes locais (comunitários) e dos movimentos sociais, desde que preservando o protagonismo das categorias. O envolvimento deve se dar por meio de processos de democracia participativa, consulta popular e todo o tipo de interação horizontal com a comunidade. Com isso, visa-se à adoção de uma visão pluralista e de engajamento do ensino, da pesquisa e da extensão tendo como base a participação da comunidade, com seus anseios e demandas, garantindo o diálogo intercultural dentro dos processos de integração que envolvem a UNIPAMPA.

  • Wix Facebook page
  • Wix Twitter page
bottom of page